Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...
10 de abr. de 2007
...pólens...
...As pessoas continuam procurando respostas para a pergunta “o que é o amor?” ...
...Penso que amar a Vida é insistir em semear sonhos e paz, é teimar em tecer fios e rendas de ternura, num mundo corroído pela desesperança e impregnado de amargura...
...É estender a mão e ofertar pão, delicadeza e doçura, em vez de ir ao shopping comprar coisas caras, tentando (em vão!) preencher os vazios e ocos da alma com ilusões e compulsões consumistas...
...Amar a Vida é confiar na potência do afeto e do tempo, apesar dos apelos e exigências do mundo para que desistamos de investir no SER e nos rendamos às atratividades e armadilhas do TER... Amar é, a despeito de todos os espinhos e agruras, espalhar pétalas-palavras ao vento, pólens, perfumes e pulsões de candura!...
...Amar é desejar a preservação da própria Vida, deixando fluir a seiva do amor, tentando desendurecer corações ressequidos pelo excesso de ganância, vaidade ou violência... É, lembrando Murilo Mendes, encarar e resistir aos monstros do medo, da miséria e da alienação do mundo mecanizado e individualista... É inventar e proliferar flores e sentidos, para dar impulso vital à re-criação de si e de outrem...
...Portanto, se temos que voltar ao pó e ao chão, que sejamos, antes disso, solo de com-paixão, poeira de poesia!!!
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7 comentários:
Muito bons seus escritos.
Bacana Fios.
Ana,
Gostei do questionamento do ser e ter. Shopping é o fim pra mim, é a superficialidade ao extremo e como ver Big Brother Brasil, Faustão, Gugu, é o fim...
Beijo e ótima semana.
SEja sempre bem vinda ao meu blog. TEnho certeza que o processo é mais importante que o produto final. Que possamos transformar com doçura, arte e poesia!!!
Carissima Ana...
que bela imagem de fios
que tecem e evitam desvios
a vida deve ser costurada
com o viés do Amar
ao invés de ser cortada
E como bordar com as linhas ?
Que instrumentos usar...
Só arte ... só a arte
que se espalha como pólen
de flor....para todos lados
e dos cantos...
Só a Arte tem o dom de extrair
de nossas almas a nossa melhor parte... Criar...nos estender...
nos avançar... além de nossas linhas... de nossos limites...
e o fio volta para nossas mãos...
e não se rompe... se une nos laços...dos encontros....
quando nos vemos na arte que vemos
para simples Amar em toda parte...
Muito onde elas não têm cabimento, louco, e belo, este barrado !...
A imagem nunca lembra mandalas, nunca em efeito de remoinhar. Penso na virgem e seus movimentos espiralados de fronte as primeiras estações humanas. Gosto também dos matizes rosas de suas cochas enriquecidas por cedas e brocados que se vão. Muito boa essa mistura dos quentes beijos e dos frios acenos ou sinais com alguma parte do corpo em evolução. Seus tons de amarelo e laranja, e azul e violeta nada dizem de verdade. Esta aprovado entre abraços!
São necessários o pão e as vestes que cobrem as faces do nosso mundo concreto. Porém, e mais ainda, são essenciais o afeto, o olhar, os sonhos e toda a sorte de algos sensíveis. Tudo isso serve para emprestar alma às nossas humanidades.
Beijos, querida, e parabéns pela conjunção imagem/sentidos/texto!
Belo texto, xará!
Penso como Lacan: "amar é dar o que não se tem".
Beijo grande,
Ana Guimarães
Que sejamos sempre um solo fértil de poesia, e que nosso vazio seja apenas lugar reservado para muito mais amor.
Beijos, querida.
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