Velhos Violinos Verdes e Violetas
Ou
Antigas Ambivalências Abissais
(Para Valeska Freitas)
...Velhos violinos verdes e violetas
despencam prá fora das minhas gavetas
-das imaginárias ou as da memória-
e deixam vazar vagas melodias
vívidos fragmentos de músicas e histórias...
Alados pianos murilianos
deslizam pelas portas e fantásticas frestas
entre os mundos relativos, reais ou absolutos
e deixam pingar mel, anis,claves e teclas
pulsando sem cessar nas velhas veias azuis...
Flautas mágicas de Mozart e tambores de Clarice
ultrapassam as fronteiras frágeis finas flutuantes
entre vívido e visível, vaporoso e volátil
e vibram resgatando restos ritmos e raízes
ambivalentes ressonâncias de asas e risos alizarim...
Vazam, voam e se volatizam
pingam, pulsam e pululam loucos
produzindo positivas proliferações
entre balanços brancos e saltos nos abismos
híbridos da arte, do amor, da poesia...
Viajam, vibram, vazam
pelas frestas pelas portas pelas fendas
espirais e parafusos da memória
pianos empoeirados e velhos violinos
ressoando, retumbando e transpondo
num desejo inesgotável do além...
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