Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...

7 de nov. de 2006

Encantamento










Um dia fui tua fada, princesa encantada, rainha-borboleta
Hoje sou amiga ou nada? talvez parte do caminho...
Mas, de preciosidade, virei pedra ou pergaminho!?!...
Qual terá sido a causa da veloz transformação?
O que terá gerado tanta dor e confusão?
Foi alguma palavra mal-dita, foi ardil ou armadilha?
Foi varinha de condão, foi poção de caldeirão?
Foi o amor pelos mistérios, ou boa-fé surrealista?
Foi brincadeira divina, destino torto de artista?
Foi a nuvem passageira, foi feitiço ou disfarce?
Foi o xadrez da vida, contra-ponto-ama-lukado
Que separou ou derrubou as peças
E deslindou os fios bordados?

Sinto saudades mas aprendo
Que nada do que for será
Do jeito que já foi um dia
Pois o que resta é retalho,
memória, rasura ou remendo...
Contudo, se choro dormindo,
Sorrio à luz solar da manhã
Diante do efêmero-e-terno
Bem-querer lylás no divã
Analuisado em telas etéreas
Despedaçado em sonhos desfeitos
Redesenhado em transparências de asas
De borboleta atrevida-insistente
Que ainda acredita, leve-livre-valente,
Em promessas de amor(im)perfeito
E envia, incansável, seus beijos azuis
chovendo sobre o jardim, já molhado...

Um comentário:

Anônimo disse...

É... assim é a vida!
Grandes alegria... grandes sofrimentos!
Quanta contra-dição!'
Lindo e verdadeiro o seu ENCANTO!