Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...

27 de out. de 2010

Pequenas reflexões kaminskianas sobre o Amor...


Dias atrás, alguém que amo me disse que é durante situações difíceis, penosas ou tensas que podemos descobrir quem realmente nos ama, a partir de suas atitudes e reações... e então, pensei bastante sobre a verdade destas simples palavras. De fato, é quando passamos por apuros, ou quando falhamos e estamos frágeis, que descobrimos se alguém nos ama, realmente!... Nestes momentos, algumas pessoas podem ficar indiferentes ou frias, podem ser cruéis ou zombeteiras, podem até nos fazer cair mais um pouco ou pisar sobre nós, outras talvez nos lancem um olhar cínico ou nos desprezem... Entretanto, as verdadeiramente amorosas, estendem a mão, nos ajudam a levantar, tratam de nossas feridas, nos reanimam, procuram mostrar que existem modos de aproveitar o tropeço e até a queda como aprendizado, como chance de aprimorar o ser... Enquanto alguns se mostram insensíveis ao nosso sofrimento e angústia, e estão por perto apenas nas horas fáceis, leves e alegres, outros, mais leais, partilham dores e prazeres, de modo desprendido, mais maduro e generoso...


Quem ama, de fato, não nos desdenha na hora em que mostramos as facetas menos belas ou mais imperfeitas do ego, mas continua vendo e valorizando o que temos de melhor e precioso – e nos lembra disso, mesmo que nosso narcísico eu esteja partido em mil pedaços e a tola vaidade humana, estilhaçada!... O ser amoroso ajuda a catar os cacos e rejuntá-los, participa da reinvenção do caminho, do destino e da alegria.


Uma amiga querida lembrou-me destas palavras sensíveis e sábias de Clarice Lispector: “Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.” Seja qual for o sentido ou significado que damos à nossa viagem vital, certamente a escolha entre amar ou não amar faz muita diferença! Amar os outros, amar nosso trabalho, amar a natureza, amar a própria vida... pode ser o segredo por tantos esquecido, num tempo em que o amor-próprio e o culto ao individualismo parecem exacerbados, ainda que acabem conduzindo, no mais das vezes, à tristeza, à amargura, à decepção... O amor aos outros, por sua vez, se dispensado na mesma medida em que procuramos agradar a nós mesmos, acaba resultando em satisfação íntima, num júbilo invisível, mas reluzente, delicado, que faz brilhar os olhos, adoça e enternece a voz, enobrece os gestos, faz fulgurar as almas e resgata esperanças, valores e singularidades. Viver com amor, exercitar a amabilidade no cotidiano, esta é a maior arte!

4 de out. de 2010

Viagens Azuis e Aladas...

PARIS, FRANÇA


Queridas, queridos!
Estive viajando... e deixo aqui alguns registros fotográficos da deliciosa viagem, para partilhar beleza, colorido, luz e prazer com vocês. Viajar, lançar-nos para outros lugares, nos faz ver o mundo por outros ângulos e prismas, de maneiras diferentes, renovadas... Repensamos a História, as histórias, refletimos sobre os movimentos vitais, embaladas por ventos impregnados de sonhos, arte e emoções...
Desejamos SER e saber mais, buscamos nas alturas e profundidades, nas bordas e núcleos, nos mapas e diagramas, outros sentires e saberes, diversos modos de viver, amar e inventar... Arriscamos novos vôos. Viajar e aventurar-se pode ser, também, arte e artifício, passagem, descoberta de mundos e possibilidades dentro e fora de nós, abertura de infindas e fecundas reelaborações, de matizes, sentires e significações... É vital que estas viagens aconteçam, sempre, nas dobras do nosso cotidiano, para que descubramos, como diria Clarice Lispector, o "extraordinário" escondido nas frestas do banal!...


VENEZA, ITÁLIA

CINQUE TERRE, ITÁLIA


DEDICO ESTA POSTAGEM À CARÍSSIMA LEOA LARA LUNNA, com admiração e afeição aladas e azuis!