Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...

22 de dez. de 2006

vôos

...Alguns dias fora do ar, no ar
voando, sonhando, mergulhando
no mar...

21 de dez. de 2006

cristal e pó



Utopia: um mundo límpido e luminoso, leve e cristalino, livre de violência e dor, onde imperem paz, alegria, amor...

Entretanto...

de luzes e sombras somos
tecidos, e feitos
de lágrimas e risos,
conteúdo e cortornos
inacabados cristais
misturam-se em nós

mágica, mel e medo
água, terra e estrelas
explosões e silêncio
coragem, ferida, segredo
prazer, asas, agonia
somos plenitude e pó
de poesia...


17 de dez. de 2006

alma cristalina

Numa noite de chuva, num dia de verão, re-descubro-me, colorida, vibrante e cristalina...

15 de dez. de 2006

convergências



Mágicos pontos de confluência em que almas-aladas-amantes se encontram e bailam, cintilantes, no cosmos, além dos limites do espaço-tempo, em fulgurante e suntuosa comunhão!...

Belos são os fios invisíveis do afeto, eternizados em ternura!...

Lindo viver, nestes momentos de rara afinação, suave sintonia e loucura!...

Líriko prazer, nos instantes de pouso (ou vôos?): pontos de convergência entre diversidade, energia e doçura!...

14 de dez. de 2006

conexões

...ponto de confluências e conexões...

13 de dez. de 2006

sintonias

Ás vezes, energias e caminhos magicamente CON-FLUEM...

12 de dez. de 2006

vislumbres

Através ou por trás
dos véus, dos vãos
entre as frestas e fitas
dos olhares e fatos
nas entrelinhas suaves
dos ditos e não-ditos
nos interstícios neutros
nos limiares noturnos
vislumbramos sonhos
inventamos caminhos
e rios, risos e mares
entrevemos estrelas
matizamos espelhos
libertamos azuis
almas, asas, amores...

11 de dez. de 2006

entrevendo

No mais das vezes, dom e veneno estão naquilo que não vemos...

10 de dez. de 2006

portais


Nos atravessamentos, viagens
entre sonho e real
redescubro
os portais encantados
travessos
entre ausência e presença,
invento
novos pontos de encontro:
alquimias...

8 de dez. de 2006

lágrimas

As lágrimas derretem os restos da dor...

nonsense

Tudo é um pouco cômico
tudo é um tanto trágico
tudo é bastante mágico...

Numa manhã molhada
até o nonsense parece
pleno de sentidos...

A alma transborda
lágrimas ferventes
que derretem a derradeira dor

E o coração?...

ainda acredita nas nuvens
nas luas e estrelas, no amor ...




6 de dez. de 2006

Interstícios


As imagens-portais abrem a entrada para um mundo surreal, onde deslocamentos espaciais, mudanças de escala, transfigurações e analogias criam uma atmosfera onírica que encanta e assusta, espanta e atrai os olhares distraídos ou interessados que sobre elas pousam. As telas-veladuras são aberturas, frestas ou fissuras para mundos imaginados, reais e inventados, onde nada é apenas rachadura ou vão... Os interstícios, fendas e fissuras abertos pelas imagens pintadas provocam os olhares e instigam os amantes da arte e dos sonhos a adentrarem nestes tempos-espaços revelados através de tintas e pincéis, que velam-desvelam os vazios e plenos de sentido de nossas almas inquietas e desejantes.

Visite também: www.luisakaminski.nafoto.net


Imagem: "Onírico Orchis" , pintura de Ana Luisa Kaminski

30 de nov. de 2006

ponte


O presente é uma ponte, um ponto, uma porta...













Imagem de Roberto Volta

29 de nov. de 2006

rasuras

A cada dia que passa
mergulho mais fundo
e transborda a taça
redescubro o mundo
risco na vidraça
esboços de linhas
que o tempo enlaça
ouço e não lamento
as pausas e acordes
as notas do acordo
as cores da noite
os rumos que a vida
conduz e abraça
luz, nau, poesia
vital e inventada
que nunca esvazia...



Rasuro ou remendo
pintando uma lua
compondo um tango
embarco na tela...

Imagem de Roberto Volta: " Tango Onírico"



26 de nov. de 2006

pinceladas

Pinceladas
no tempo
que escorre
tingindo
memórias
de luzes
e sombras,
guardando
no peito
matizes e
histórias:
o que foi
ou virá,
pintando
o presente
inventado
com traços
do que há...


Imagem de Roberto Volta



24 de nov. de 2006

alquimia

A lágrima

derrete

um resto

de dor

no coração

de leoa

e lava

a alma

que ama

a vida

e pinta

o mundo...

23 de nov. de 2006

alizarim


Vento e calor na pele e no pensamento, vontades voláteis, volições e vertigens, viagens na contramão, mudanças de rota nos rumos do verão!
É o que verte de mim: carmim=coração=alizarim, nestes dias em que o corpo espera pelo abraço, a boca anseia pelo beijo, a alma aguarda o encontro...
Rubro-escarlate querer, substitui a tristeza gris!...

Flutuam pelo ar cheiros de rosas e maçãs maduras...

17 de nov. de 2006

retratos


Tarde tépida, ventos de chuva, lembranças doces de fins de semana que começavam na sexta-feira...
Aula dada, alunos atendidos e, agora, algumas horas soltas, para fazer o que der na telha... Planos: PINTAR: retratos, retratos, retratos que tão somente esboçam a profundidade dos seres retratados, que evocam nuances dos conteúdos guardados, que às vezes até apontam para algo além dos rostos contornados... Inevitavelmente, meus pensamentos voam em tua direção, e quase me arrependo dos impulsos escritos...por um instante, me convenço de que talvez fosse melhor calar , quando as palavras falham!... Embora tente ultrapassar os muros com as asas dos poemas, dos morfemas, dos múltiplos sentidos das letras, em certos momentos de excitação-paixão da alma e da pele, somente a pintura parece oferecer a chance de uma libertação mais plena, de um reencontro da paz e da delicadeza necessárias para elaborar e conduzir os afetos por caminhos novos e antigos, tortuosos ou tranqüilos...Lembro de ti com leveza e emoções cintilantes... gratidão, admiração e tesão, pelo que foi, é, ou adivinhando o devir. Sorrio de tua sede de viagens e aventura. Me reconheço, às vezes, na ânsia da procura. Descubro as diferenças entre os mapas e diagramas. Me embriago na confusão das cores que se misturam, encontros de âncoras, portos e naus em instantes de amizade pura...Constato os contrastes, retoco e re-desenho os detalhes destas belas memórias, diluio em aquarela a mancha mais escura, acentuando a luz no ponto da candura... Penso nas possibilidades que para nós se desdobram: janelas, híbridas aberturas. Imagino o verão, o calor, a maravilha eterna e fugaz de cada iluminura... Desejo te abraçar no ar, só para te mostrar a força da ternura.

15 de nov. de 2006

bordados


Entre-linhas-de-cor-e-fusos-penas-pincéis, fios de nuvens- matizes e pontos-pincelados, novelos de sonhos, rocas de invenções e bilros tonalizados, agulhas e fagulhas de idéias, segredos costurados, vou fiando meus desejos, tecendo meus dias, pintando e bordando o mundo...

12 de nov. de 2006

remendos

A alma tecelã-fiandeira, ins-pirada, tece rendas e sonhos, novelos de nuvens, desejos, segredos, memórias, à procura de si, vertendo seu mel... Costura sensações (e corações?), recicla idéias e remenda emoções à custa das convicções-convulsões interiores que a fazem buscar a verdade invisível, vislumbrada através da trama (de suspiros? vontades? intrigas? mistérios?) . A alma atribulada, vagabunda e venturosa tece tais delicadezas, urdiduras-intrincadas, feito frágil guerreira-artesã, mendiga em suas riquezas, rica em meias-verdades... Ela se esconde e se enovela, tentando se encontrar e, ao esquivar-se, mais ainda se re-vela, manchada de tintas, de sangue e sal, lambuzada de lágrimas, doçuras e amarguras mescladas em seu íntimo tumultuado, matizado de amores... Sabe-se amada e amante, mas teme a entrega plena e espera, vacilante, calculando o alcance e a força dos fios (de ferro? de ouro? de aço?) antes de se lançar ao abismo, aos labirintos de sua alma-viajante. Ela é seu próprio Tesouro, Minotauro e Ariadne, e se salva ou se devora, ao sabor dos desejos delirantes-in-constantes que sempre se revelam vaporosos e voláteis, na beleza transitória produtora de prazeres e cintilações esparsas eternamente almejados por sua natureza errante... A lynda fiandeira-fragmentada gira em torno de si mesma, buscando o centro da mandala, onde está a chave-mestra que a ajudará a decifrar o próprio enigma ... Sem saber, a alma-tecelã está salva, pelo fio condutor do amor que a livra da perdição, pela ternura que anula o fel de um momento infeliz, pelo sincero desejo de Vida que em breve a fará encontrar alimento luminoso-etéreo para a insaciável sede de sentir, saber e ser... Alma fiandeira, tecida de poemas, estrelas e epifanias, êxtases e agonias, fiada por linhas lírikas e redes infinitas, neste instante-já, tenta se libertar da própria teia!... Presa à armad-ilha, cujos raios-fios-de-seda-e-luz a seguram, (e cegam? asseguram?) ambivalente-mente, a "proteção-prisão" (arma-dura) impede a libertação (de si), talvez apenas pelo necessário entre-meado-tempo, também tecido, bordado, des-fiado...Enquanto espera, recolhe flores, cores e fios que farão parte das próximas montagens, remendos, costuras, viagens ...sem fim nem começo, até descobrir que é tão eterna, fluida e fugaz quanto as bordas do mundo, e constatar que deixa (atrás e adiante) de si, na tessitura-escritura, rasuras e relevos, rastros e restos de dom e veneno, sinais indeléveis de luz e sombra pelos caminhos e tapeçarias, diariamente redesenhados...

11 de nov. de 2006

oficina de nuvens e sonhos


No calor do casulo-casa-cor-atelier
re-descubro o valor de uma lynda exceção
no intervalo do entre, na fresta do mundo
mergulhando no nada, encontro o profundo
re-invento o tudo, rabiscando o etéreo
entre telas e tintas, mil e uma rasuras
gestos e pensamentos viram vôos, viagens
e o pincel deslizante delira, à procura
do segredo da vida, da alma, do sangue
vivenciando vertigens sem perder o comando
das asas do vento, do rumo do sonho
encontrando teu rosto no invisível pintado
no lirismo secreto da oficina de nuvens
na expressão delicada, mais doce e tão densa
de uma vida tecida, de um beijo bordado
no instante feliz de uma inspiração!

9 de nov. de 2006

retalhos












Roupas balançam nos varais, coloridas,
Lembrando tempos de prazer e esperança
Flores rosadas rodopiam no ar, atrevidas
Enquanto o vento coreografa suas danças
Restos de aromas e doçuras perdidos
Bailam na luz refazendo meus sonhos
Doses de cor, desfiados remendos
Tecem retalhos de momentos tristonhos
Recombinando seus tecidos floridos
Fotos e textos asseguram que existe
Algo além do visível e traduzem, esparsos,
Movimentos de amor, gôzos em mil compassos
Entre aqui e acolá, num mágico instante-espaço
Entrevejo suturas no vitral- contraponto
Costura alizarim com fios de ouro entrançados
No fugaz interstício entre pedaços de mundos
Que se con-fundem-re-fazem num patchwork encantado
Escrevendo seus quadros, pintando poemas
Glorificando a vida, reinventando o bordado...

7 de nov. de 2006

Encantamento










Um dia fui tua fada, princesa encantada, rainha-borboleta
Hoje sou amiga ou nada? talvez parte do caminho...
Mas, de preciosidade, virei pedra ou pergaminho!?!...
Qual terá sido a causa da veloz transformação?
O que terá gerado tanta dor e confusão?
Foi alguma palavra mal-dita, foi ardil ou armadilha?
Foi varinha de condão, foi poção de caldeirão?
Foi o amor pelos mistérios, ou boa-fé surrealista?
Foi brincadeira divina, destino torto de artista?
Foi a nuvem passageira, foi feitiço ou disfarce?
Foi o xadrez da vida, contra-ponto-ama-lukado
Que separou ou derrubou as peças
E deslindou os fios bordados?

Sinto saudades mas aprendo
Que nada do que for será
Do jeito que já foi um dia
Pois o que resta é retalho,
memória, rasura ou remendo...
Contudo, se choro dormindo,
Sorrio à luz solar da manhã
Diante do efêmero-e-terno
Bem-querer lylás no divã
Analuisado em telas etéreas
Despedaçado em sonhos desfeitos
Redesenhado em transparências de asas
De borboleta atrevida-insistente
Que ainda acredita, leve-livre-valente,
Em promessas de amor(im)perfeito
E envia, incansável, seus beijos azuis
chovendo sobre o jardim, já molhado...

20 de out. de 2006

improvisos...


Imaginação e memória
contando a história
que se improvisa e re-faz
invenção do impuro
ousadia inocente
apagar os limites
entre o claro e escuro
na vida da gente
no fundo da mente
à beira do abismo
na borda da alma
na pista do sonho
mist- ur-ar
art-i-manhas
amores em questão...

27 de set. de 2006

nascente



Alegria nascente
na alma,
olhando o infinito
poema
da vida que se

re-faz
adivinhando
o pulsar

da gema
e a voz do viver,

sementes
de uvas e sonhos
os ovos as asas
os vôos
as curvas

na contramão...


O tesão da tela
a leveza da letra
o lirismo da boca

as bordas do mundo
da flor-borboleta
luas-limiares
sorvendo sensações
e sumos triangulares
ciclos e movimentos
mandalas e ventos
em devaneios
espirais
...

15 de set. de 2006

semear


...Hora de semear novos sonhos, arar a alma, remendar o coração...

29 de ago. de 2006

Escrito nas Estrelas















Entre efêmero e eterno
transitamos
entre o que foi
e o que ficou
afinamos

os passos de passageiros
finitos do infinito
preparamos

a fuga, entre mínimas e semibreves
filosofamos
entre sons e silêncios e vozes

pausamos
procuramos direções,
sintonias
paz e prazer

melodias
mesclamos tintas e linhas

tecemos
com fio de lágrimas e estrelas

novas encruzilhadas
nuanças, harmonias, compassos
incorporando em nós o Outro

de novo fascinados
para mais tarde estranhar

nas poeiras das estradas
as pedras e
espinhos
e cacos de vidro

perdidos nos caminhos
mas nem por isso cedemos

aos medos e jamais
achamos
que é tarde
e nos virando ao avesso

arriscamos
reinventar histórias e
segredos...

26 de ago. de 2006

estrelas


Tua presença deixa em mim impressões... no pensamento, na pele da alma, na palma da mão... como se já tivesse vislumbrado, um dia, tua luz... teus traços, tua força invisível... As surpresas da vida são estrelas e encruzilhadas... cruzamentos, entrançamentos de fios... que se afastam, parecendo se perder,para mais tarde voltarem a se encontrar, no finito-infinito de suas procuras, nas curvas dos caminhos... Ora o encanto com estrelas-paixões que embebem a alma em seu mel... ora procurando novos brilhos para, no fim, voltar a se reencontrar, no fundo de si, em luzes de constelações conhecidas... eternos viajantes no cosmos volátil da invenção... É preciso saber ver o invisível e perene nas estrelas que temos nas mãos... para que elas não se percam em nossa sede insaciável de vôos, enquanto já possuímos tesouros entre os dedos e os fios de nossos bordados...

10 de ago. de 2006

Recomposição...


Vou pintando meus dias e noites
sobre o avesso ou direito da tela
vendo estrelas e nuvens em teus
olhos enluarados e em cada
volta da vida ligeira e bela
que se desfaz e refaz em fuligens
se recompõe sobre poeiras, matizes
redesenhando universos em nós...
Crio nos versos e ventos as asas
do tempo a tecer novas tramas e rendas
nos espasmos de corações e amores
revejo luzes, espinhos e cores
que me transportam a ti, enlaçando
caminhos, cicatrizes, segredos
e sumos misturando, sem medo
de se aventurar a outros vôos
buscando flores de agosto em janelas
azuis e roxas, laranjas, amarelas
nas esperanças de setembro vontades
desejos transparentes de ser, liberdade...

31 de jul. de 2006

sons e silêncios

Tua voz chegou até aqui como o sussurro suave e doce de uma brisa noturna...

30 de jul. de 2006

luzes


" A luz de uma personalidade superior brilha novamente; sua influência se faz sentir entre aqueles que crêem nela e se reúnem à sua volta. Um novo tempo começou e com ele a boa fortuna. Assim como o sol brilha com redobrada beleza após a chuva, ou a floresta cresce mais verdejante após um incêndio, assim também a nova era parece mais gloriosa pelo contraste com a miséria do período que passou."

(I Ching)

Entre o efêmero e o eterno, renascemos a cada dia, a cada momento, a cada estação...

25 de jul. de 2006

Entrelinhas

Além do Abismo
-
Viajando entre os véus voláteis dos sonhos
e através das entrelinhas e entrelaçamentos
somos presos ou nos soltamos?...
-
A liberdade-ilusão
fugidia
vem, nos auxilia
a sair da prisão
construída pelos cruzamentos
entre dúvidas,certezas e desejos...
-
A rede de conexões
entre os aparentes acasos
cujos fios costurados
pelo olhar atento,
agudo e crítico
permite a ultrapassagem
ou mais nos captura?...
-
Nesta ânsia de encontro
com algo que buscamos
e do qual fugimos
( verdade revelada
pela falha fugaz, de relance
num instante que cintila )
seguimos adiante
e sempre atrás
do além do abismo...

24 de jul. de 2006

Além do jardim...


Entro e saio de ti
sem sentir resistências
nem percebo as portas
ou se existem paredes
nesta residência
onde vive tua alma
livre e enluarada
beijo teu coração
entre alado e aflito
atravesso janelas e subo
escadas transparentes
descubro sótãos, saídas
visito teus porões e jardins
sinto saudades do eterno
presente em ti e em mim...

7 de jul. de 2006

passagem

















No trânsito insólito-inexato
inevitável epifânico lylás
entre ânkoras & asas azuis
muitas vezes morri, verde-violeta
outras tantas renasci, rosa-alizarim...

Nestes partos de mim mesma-outra
senti dores esparsas e raros prazeres
entre risos brilhantes e tristezas roxas
nestas danças da existência, às vezes atrozes
mergulhei e reemergi em muitos mares de nós...

E se hoje narro meus parcos delírios
e esboço novas asas lírikas
resgatando encantatórias, lépidas palavras
é porque me refiz, enfim, mais louka
é porque muito já sonhei, e despertei, revivi!!!

6 de jul. de 2006

Entre...

Ânkoras e Asas

Neste trânsito
- oscilante
condensado
delirante
adoidado -
entre âncoras
e asas verdes
violetas
bailarinas
entre dóceis
e indóceis
movimentos
me dissipo
disciplino
meus desejos
me escondo
de meus medos
me afogo
em lembranças
me socorro
em devaneios
me liberto
entre linhas
coloridas
e mergulho
bem no fundo
bem no alto
bem no longe
de meu cosmo
estrelado
interior...

27 de jun. de 2006

entrelugar


Entre Ânkoras e Asas, tentando me equilibrar, sem tirar os pés do chão nem as asas do céu, as antenas no ar....

26 de jun. de 2006

Revoadas...


Voar e revoar, reaprendendo a bordar com fios de luz e emoções cintilantes, passear nos labirintos redescobrindo saídas, reinventando as asas, as danças, os movimentos, sem temores de se dissolver no espaço ou no tempo, amar com alegria e liberdade intensa, compondo matizes em misturas de alados amores, sem medo de se perder, crescendo e sorrindo diante das diferenças, desenhar e pintar novos riscos nos sonhos bordados, revoar, revoar, revoar...

23 de jun. de 2006

Entre sonhos e pesad-elos


Adormeci... me apaixonei... sonhei entre as estrelas e acreditei em sereias, vivi um conto-de-fadas... entrei sem querer no espaço dos pesadelos... ansiei por reencontrar a doçura do sonho... despertei angustiada entre lágrimas amargas... mas sonho acordada, insistindo em crer no bem-querer profundo que enlaça almas aladas!!! Contudo... que seja eterno enquanto dure!

17 de jun. de 2006

Sonhos...


Entre âncoras e asas, experimento tua agridoçura e redescubro o tanto de sonho que existe naquilo que creio ser concreto, o tanto de delírio naquilo que acredito ser real... Vejo-me a sonhar, e despertar, entre lágrimas, mas sei que, qualquer dia, qualquer noite, despertarei novamente entre flores e sorrisos, e redescobrirei que às vezes os sonhos se realizam...

9 de jun. de 2006

Memórias...


Te procurando, te espero... e permaneço sonhando... navego no mar do tempo... te encontro no espaço... reinventando estrelas... abrindo novos caminhos... nossa secretas moradas... de lírikas-almas-aladas... desejos-doces-intensos... e leves-densas-memórias... no entrecruzamento... de doidivanas histórias...
Te entendo-e me espanto... com a dose (extra)de encanto... que vibra e arde em meu peito... e anseio sentir em teu pulso... me lembro do nosso salto... dos vôos, viagens, vertigens... do vinho e mel na bagagem... das ousadias felizes!.. da cristalina-doçura-irrestrita... prazeres-sonhos-proliferantes... constelações delirantes...no abismo dos teus olhos...radiosos-radiantes...da insensatez alizarim...que garantia a saúde-azul...e restaurava tuas asas lylases... nos permitindo provar...de delícias doidivinas-fugazes...

8 de jun. de 2006

Doid-divinas...


Perco-me entre espirais e linhas, ondulações e movimentos, tentando decifrar teu ser, indevassável... Procuro-me em ti, encontro reflexos de luzes douradas, prata enluarada, nas rosadas auroras radiantes, em poentes outonais... Recolho-te em minhas asas, em minha alma,transporto teu coração essencialmente vibrante até o céu salpicado de estrelas para que vejas de lá o mundo pintado de azul-noite, os mares cintilantes e, assim, sempre de novo acredites que podes, natural e lyndamente, voar!....

7 de jun. de 2006

Doidiv-anas


Deixar verter este afeto sobre a textura da tela, desaguar em inundações de sonhos, correr em teus e meus rios, cachoeiras, cantantes ou risonhos ribeirões... deixar o amor molhar os mares no azul-turquesa, nas ondas dos eus reinventados, nos caminhos tantas vezes tecidos, tingidos, nos fios desemaranhados, trançados, realinhados, nos nós que nos confundem, misturam, entrelaçam...
Muitas vezes mortificada, metamorfoseada, incessantemente renascida, deixo-me escorrer, doidiv-anas, transformada em tintas coloridas, deslizo em pinceladas fluidas, manchada e desmanchada em luz e sombra, opacidade e transparência, revivo em viagens trans-lúcidas ou lírikos delírios... conduzindo as águas de minh´alma abissal pelos desfiladeiros e labirintos íntimos até encontrarem novos lugares em desenhos de asas e espirais, olhos e caracóis, conchas e pergaminhos, abrindo outros caminhos por onde possa transitar livremente esta emoção...

30 de mai. de 2006

Insensatez...


...Sonho meu, sem limites!... Certeza na incerteza, força na fraqueza, luz nas sombras e a união possível entre água e fogo, amor e paixão, rumo aos limiares!... Concretização de etéreos e voláteis desejos, vontade de ir além do delírio, de descobrir o possível a partir de meus desenhos no ar... Danças aladas, delicadezas e vôos constantes, vertigens no despertar de energias vitais, ao reinventar nossas verdades mais densas...Doce insensatez que me faz te amar sem medo e levantar âncoras para chegar mais perto de tua alma lírica!...

16 de mai. de 2006

Desejos















De novo, semi-indomesticável... Impulsos apaixonados me vêm, voando dentro e fora de mim, borboletas afoitas, alegres e atrevidas, coloridas borbo-leoas, me fazem sonhar mais do que o usual... Vem e vão meus desejos intensos-velozes, em generosas, transbordantes doses... Pincéis e tintas procuram e desenham caminhos secretos em cores inventadas ao sabor deste bem-querer moreno, enquanto a alma canta árias de sereia, os pensamentos brincalhões me conduzem às nuvens e estrelas, fazendo o dia parecer um fruto maduro e perfumoso, a gotejar seu sumo, no transvazar de sentidos e vontades...

27 de abr. de 2006

Piano...


Piano, piano... pelas teclas e telas viajo, entre notas e pincéis, tons e semi-tons, te entre-vejo... Sons se espalham pelo ar , borboletas transparentes bailando no espaço colorido da concha-casa-casulo... Oficina de sons e de sonhos, suavidades inventadas ao sabor do tempo, tonalidades transformadas em escalas e crisálidas cromáticas, escadas, caracóis... em asas e antenas de ousados, arriscados amores...
Alados pianos murilianos, flautas mágicas de Mozart, tambores de Clarice... plenitude do prazer, perfeição e poesia...Misturas e harmonias entre marfim e gris, combinações às vezes dissonantes entre azul e alizarim, laranja e lylás, divagações in-conclusas... entre o tocar Chopin ou namorar a tela que me espia com seus olhares abissais e insistentes... exigentes... entre semibreves e mínimas, colcheias e semi-colcheias, semifuzas... Allegro ou Lento, a tempo, con anima, Vivace!...
Em cada canto deste mundo, possibilidades e desejos, tua presença incomparável, a pintura de nossas afeições, o desenho de nossas histórias...
Entre telas e teclas, delineando agridoces trajetórias, nosso melhor PRESENTE...



21 de abr. de 2006

Irromper...


Irromper...

Casa-casulo-concha: oficina de sonhos, mundo-atelier-tecelaria de vidas e emoções, carpintaria de caminhos, fábrica de amores... Festa invisível e íntima, em minh´alma, no feriado chuvoso, entre as águas da ilha: celestiais e marinhas...
A cama desfeita até tarde... as bagunças coloridas e o aconchego do ninho... a penumbra da sala e as filigranas de luzes suaves formando desenhos sobre os móveis, o piso, as paredes e telas... os perfumes do quarto, da pele, dos lençóis azuis com flores cor-de-rosa a me lembrar... dos vôos e viagens em noites de lua cheia...
Procura de alimento: nas cores e cheiros das tintas, no movimento das mãos e pincéis, nas páginas do velho oráculo....buscando respostas em imagens, sensações, palavras, signos, ideogramas... Trocas de afeto: ao vivo, com filhos do próprio ventre, e virtuais, vias variadas, tele-fônicas declarações ou ele-trônicas ligações pintadas de sol e lua, de azul e amarelo, de violeta e alizarim...
Abertura de caminhos, pontes que se erguem, cintilantes, desafiando distâncias espaço-temporais... Luzes e sombras que se combinam em delicada trama, a gama de matizes da alma, infinita, a irromper desde a aurora.... vertendo de dentro de um sonho feliz: divino!
Te procuro, te acho... nos encontramos, humildes e altivas, serviçais e rainhas, dentro e fora de nós, no abismo dos espelhos, dos olhares, desvendamo-nos... Te amo.





9 de abr. de 2006

Contrastes


...E, se não podemos evitar confrontos com nossas sombras e cacos de vidros,que saibamos transformá-los em pinturas e esculturas invisíveis, inventando novos modos de aprender com os contrastes e dissonâncias... Talvez um dia desses nossas almas encontrem a fórmula alquímica que transforma em prazer todas as diferenças, que extrai o mel da poesia dos contrários, que encontra luz de lua e sol nos paradoxos... Estamos viajando, juntas, e unas, na nave deste bem-querer que permitimos florescer em nossas vidas!...

8 de abr. de 2006

Madrugada



MADRUGADA...




Mágica da vida que renasce e floresce a cada instante, imediata ou lentamente após tantas mortificações!... Vida que se faz, desfaz e re-faz em infinitos ciclos de transformações... eternas metamorfoses de almas, sutilmente refletidas no visível... Meta(morte)fases?...
...Dormes, teu sono de Rainha e Anja, de Abelha produtora de mel de amoras & amores... Sono que velo, invocando anjos curadores e pedindo aos Céus que teu repouso seja abençoado, pois que és doce criatura, divinamente criativa, delicada e bela feito flor, mas também forte e plena, permanente e profunda, com tua alma de aço-e-oceano...

O afeto sagrado que sinto desde as profundidades até a superfície da epiderme participa de planos cósmicos muitas vezes incompreensíveis – mas que me encantam e comovem, transportam e transformam, me lançando em mergulhos e vôos aos abismos e labirintos do eu, do tu, reinventando cores, alegrias e laços, provocando lágrimas, angústias e
cristalinos êxtases, causando encontros e colisões entre nossos eus-luz-e-sombra, desvios de rota, cintilações e epifanias!...

...Enquanto velo teu sono de Fada soberana, te amo e clamo mais uma vez aos anjos invocados, solicitando que curem tuas coloridas asas, e então viajo por tempos e lugares, neste ponto crucial de nossas trajetórias e, neste encontro-desencontro abre-se uma fresta e aqui me acho, na primeira noite em que me convidaste a pousar no espaço encantatório
de teu ninho-casulo, onde, crisálida, te preparavas para renascer, majestosamente Borboleta! Das frestas de teu eu lýriko já se
entreviam as asas sedutoras, os mágicos olhares amorosos, femininos, fraternais, amantes-maternais... Pelas janelas entre-abertas de tua alma rara eu avistava luminosidades, raios de doçura, intensas e claras suavidades... Neste trânsito e entrecruzamento de caminhos, de lá para cá, vários vôos compartilhados, muitos pousos e algumas quedas, reciclagens e renascimentos constantes no tecer de nossas rendas...

...Desde aquele dia singular (ao visitar tua casa-oficina-escritório: atelier de sonhos reais) até este instante enluarado, foram tantas e intensas, inumeráveis experiências vividas e vívidas, incontáveis passos no processo de desvendamento de nossos mundos íntimos, chuvas e sóis na permanente re-invenção de nós, que um ano é sentido como uma década plena de acontecimentos ou uma vida completa, compacta, composta de delícias e dores!!!...

...Retomo a direção de mim, e decido embarcar no navio fantástico do sono, velejar na penumbra dos sonhos, te encontrar do outro lado da noite estrelada, onde, talvez, eu possa prosseguir nestas divagações kaminsky-anas, entre lúcidas e ilógicas viagens...

...MORRO DE PAIXÃO E RENASÇO DE AMOR, transformada em rosada-morena AURORA!



6 de abr. de 2006

vislumbres


Entre-vejo-te...
Entre-vejo-me...
Entre-vejo-nos...

Entre visões e enviesados desejos voláteis, vislumbro cintilações e umidades em teus olhos tensos e ternos, bolhas pairando flutuantes fulgurantes no azul-lylás espaço, adivinhando sonhos, divagações e suspiros inauditos, desenhos em tua pele e laços em teu ser de alma florida, vivente e vibrante alma que busca mel de amores, amoras, pousando em amáveis e aladas almas leves habitantes de corpos frágeis-densos, em seus medos fundos-fluidos e efêmeros, encantadores mundos...

Entre-vejo a flor que, sem ser semeada, exala seu perfume no jardim de mim, entre um não e um sim... e procura espaço, paciente e docemente, sem se atrapalhar com tantos entrelaçamentos neste tecido bordado de raízes, pétalas e asas...


31 de mar. de 2006

Viagem da Vida





Re-inventamo-nos... Fiamos nossas linhas, tecemos nossas rendas, fazemos-desfazemos fios, desenhos, traços, laços...recortamos tempos e recordações... colamos, cruzamos e entrelaçamos caminhos... criamos e pintamos casulos e constelações... mergulhamos em zonas abissais pilotando naves inventadas e recolhemos conchas, tesouros e estrelas das profundidades multicoloridas... tocamos em tímidas anêmonas e arriscamos contemplar apavorantes e encantatórias medusas, mães-dágua translúcidas, transparentes e trêmulas... sonhamos com fadas sensuais e sedutoras sereias... encaramos monstros imaginários, saímos vencidos-vitoriosos e voltamos à tona (in)visivelmente transformados... seguimos nesta valorosa viagem sobrevoando oceanos violeta-esverdeados... espiamos o espaço azul-anil, vaporoso-volátil e vivo de mistérios vendo aves, anjos e luas cintilantes em híbridos bandos alados... brincamos com o vento e a invenção do infinito, ondulamos movimentos oníricos e astrais, alçamos vôos sinuosos ao paralém de nós... Sobre-vivemos!


28 de mar. de 2006

Reinvenção


Renasci... agora é preciso... (me) reinventar!...

Que cores, que formas, que flores para compor um ser (ainda) tão volátil?...

Que linhas, que sonhos, que laços para tecer nossos diagramas-re-bordados?....

Que trilhas, que caminhos e desvios para encontrar meus eus nos próprios labyrintos (revirados)?...

Que vozes, que luzes, que fios e luas cheias ao inventar novas canções no fundo da alada-alma-amante?...

Tudo cheira a chuva no verde-violeta do jardim... e meu desejo é que faças sempre parte de mim, Flor de Lyz em meu mundo recriado!...

27 de mar. de 2006

Borboleta-Leoa


Borboleta-Leoa, renascida!...Após travessias doloridas dolorosas delicadas, recuperam-se juba e asas, cores e garras, olhos e antenas!... Luzes ao longe, luzes bem perto, luzes azuis e lylazes em todos os pontos e encontros do dia, da noite, nas manhãs paridas em rosadas auroras!... Vôos over e inside, cabeças compostas de cores-poemas, almas alegres-aflitas para lançar-se ao abismo-cosmo da criação, chuvas no jardim de Eros, sóis e luas espiando os sonhadores viventes, presenças e ausências pintadas em terrosos e celestes tons, fogosos e aquáticos matizes, labirintos nunca plenamente desvendados - sempre descobertos - vezenquando adivinhados em nossos mundos tecidos de paixão, nos caminhos incomuns da amorosidade, divina e desejante, e-ternamente benigna! Renasci, felina e alada, entre asas e espinhos, entre pétalas e pó de poesia, metAMOR foseada, neste final de mágico-março, temperado de bem-querer dourado-moreno, adocicado por transparentes gotas de fé infalível e enfeitado com grãos de alegria lírika, inesgotável...

23 de mar. de 2006

De repente...


...De repente, parece que está tão tarde!... Chuva forte cai na noite quente, ruído na rua vazia, no telhado molhado, na calçada antiga... Mais de uma hora até o anjo dourado mais velho chegar, e mal o anjo dourado mais novo acaba de brincar, cheio de inocente alegria infantil - que, neste instante, me parece um imenso mistério!.... De repente, uma solidão me envolve e só a certeza dos anjos presentes me salva e acalma, o espaço infinito liberta e assusta, o eterno do tempo encanta e intriga, a incerteza de tudo aflige e desata, tudo flui, tudo cai, tudo flutua, tudo se cria e se esvai... De repente, uma saudade quase atroz de teu abraço, de teu corpo-e-alma entrelaçados ao meu, flores a se amparar, beijos e perfumes na noite de luar, na manhã de sons de aves, nas tardes de outono, inverno, primavera e verão... De repente, uma vontade de voar até teu ser adormecido ou desperto e lúcido e pedir socorro amigo, socorro amante, socorro humano e divino para uma alma aberta ao cosmo e fechada à própria sombra que espia, sussurra e salta de secretos esconderijos escuros , provocando sustos imprevistos e mínimos surtos insanos, saltos nos abismos... a segurança que resta é um frágil fio de Ariadne, fina teia de aranha, e asas de borboleta tecidas de seda, resistentes às sandices... De repente, vontade de dizer o quanto algo no fundo de mim sofre e chora, sem saber o porquê, sem saber como me auto-socorrer, quando só orações (a Anjos da Guarda, Pais Nossos, Aves Marias...) mantém a fé acesa como trêmula chama de uma velinha ao vento, quando só a certeza da força do Amor mantém o calor no coração e comanda seu compasso semi-firme nesta hora de travessia...
...De repente, as cores e formas pintadas se esfumaçam diante de meus olhos cansados e a noite (criança, anciã?) me olha com olhos vesgos, verde- azulados, reflexos prateados lançando luzes lunares sobre o planeta aquático-terroso, a alma sai do corpo-casca-casulo e voa pelo ar... De repente, vejo a vida breve e infinita, vislumbro portas e janelas no além de nós, no enigmático movimento lento-veloz da existência, no mistério indecifrável do ser... De repente, tudo que mais gostaria seria segurar tuas mãos entre as minhas e dançar entre teus dedos, acariciar teus cabelos, recriar e receber as energias estelares provindas do profundo das peles louras ou morenas, do recôndito da alma que tanto amo sem saber como chegar ao centro do labirinto lylás, mas com vontade de adentrar em seus mundos mandálicos, semeando e carregando flores, enfeitando de cores e amores seus caminhos, enquanto nos for permitido compartilhar olhares e passos, vôos e mergulhos, no cruzar das trajetórias cósmicas luisianas...

23 de fev. de 2006

Entre-lugares


Tecendo, Trançando e Transitando pelos Entre-Lugares

Entre o que é sentido e o não-sentido (cego, surdo, mudo, seco, oco?)
Entre aparências e aparições voláteis (desejantes-doces e indóceis-desejadas)
Entre o que vemos e o que nos olha (de dentro ou de fora, o que importa?)
Encontram-se interstícios, fendas, frestas e fissuras
Explodem os vazios e plenos de sentido, e transvazam, delirantes...

Entre o sonhado (lírico!) e o viável (limitado!), um azul espaço
Entre o pânico e a poesia, nos entrecruzamentos tênues
Entre-lugares de incertezas férteis, etéreas (nunca estéreis)
Onde se escondem chaves-espirais e soluções para os enigmas
Entre arte e ilusão, deslizamentos e disciplinas (vãos ou valiosos)
Entre o pressentido e o entrevisto, no transparente ou translúcido meio (vislumbrado)
Encontra-se a abertura para a energia vital (lógica ilógica?) inesgotável
Libertadora do torpor e da loucura (da in-decisão atroz)
Provocadora dos instantes de êxtase, mínimas-epifanias-máximas!
Quando pontes em curvas se erguem, altivas, e portas se abrem, ambivalentes e ávidas
Tragando e transbordando estrelas, luas e sóis, constelações passadas, futuras e presentes
Cósmicos ou abissais entre-lugares, sólidos e insólitos, entretecidos, sonhados, inventados
Entre artes e artimanhas, desejo e des-ilusão, os entrelaçamentos...

Encontro o lugar da transformação, das milagrosas met-AMOR-foses!...





22 de fev. de 2006

Doces e indóceis borboletas


Borboletas Surreais (e indomesticáveis)


Elas vêm e vão em espirais e sonhos, insistentes
E nascem e renascem, atrevidas, vaporosas
E vão e vêm, em vôos frágeis-fortes, delicadamente...

Suas asas transparentes, seus ovos-olhos multifacetados
Sobem, sobrevoam mundos e jardins buscando mel em tesouros encantados:
Suas flores, cores, sucos, sumos: dourados, refinados, claros ou morenos...
Suas almas coloridas e vibrantes, vívidas, voluptuosas, amantes
Sonhando sempre, docemente (secretamente indomesticáveis !)
Transpondo os limites razoáveis encontram limiares
Ousando ir adiante e além do paralém, em seus caminhos-curvos
Querendo ancorar em Flores desejantes e sagradas
Espalham e espelham paz e poesia em pó (pirlimpimpim!)
Refletem luz de amor ambivalente em espaços e abraços
Ofertam mel e cor e dor em beijos, bailarinos passos...

Borbo- Letras , aladas almas lépidas em movimentos leves,
Transbordantes de tesão, de som, de sal e sol, de cravo e canela
Em desenhadas asas e sublimadas volições: estrelas, nuvens, luas, telas, teclas
Inspiram, piram, pintam e respiram no ritmo de Eros:Vida inesgotável !

Desafiando a lei da Morte...


met-AMOR-fose-ando-se...




20 de fev. de 2006

Metamorfoses


Incessantes, constantes, eternas e impressionantes, bizarras, inevitáveis, apaixonadas e apaixonantes, espiraladas, inusitadas, desejadas e fascinantes METAMORFOSES !!!

23 de jan. de 2006

paradoxo


Estranha (e insólita, assimétrica, inquietante) combinação entre ex-centricidade e con-centração... Neste ponto de confusão, estou eu... Trilha de incertezas, a caminho do desconhecido...

20 de jan. de 2006

Cintilações






O instante que cintila
e tão rápido
se esvai
Está, no entanto, preso
no fundo de si mesmo
numa gaveta escura...



(Formigas frenéticas ultrapassam a fossa
idéias-larvais vazam pela fenda
vermes viscosos criam asas...)

No instante que cintila
e tão rápido
se esvai
Esconde-se a relíquia
no fundo de nós mesmos
num ponto pré e pós-iluminado.

(Vespas e vagalumes atravessam a fresta
idéias-crisálidas arranham suas cascas
casulos e crostas explodem-se em cacos
e delirantes deslizam, dançam e emergem...)

No instante que cintila
e tão rápido
se esvai
Abrem-se as gavetas
cintilam borboletas
transpondo as rachaduras
nas profundezas escuras
dos doidos abismos do eu...

19 de jan. de 2006

Bizarras Borboletas do Abismo





Borbo-letras...










A borboleta sobe e surge
através da abertura
vinda das profundidades
voeja leve e volátil
com estampa de tapeçaria
escapando do obscuro...


Verme com asas de vidro
cujos olhos (a cor:alizarim?)
vagam por abismos azuis
buscando amores obtusos...







Voyeur






A lagartixa corre para trás do quadro
(o qual olho e me olha, vivendo em meus olhos ) .
Espio a lagartixa que o quadro esconde
(tela que revela e fixa algo em meu olhar ).

A vida espia e é fugidia
Tal qual a lagartixa
Ou mais escorregadia ?

Ela me vê quando não a vejo
Eu a vejo, às vezes, a me observar...
Olhando-a capturo a vida em meu globo ocular.

O quadro opaco, silencioso, espera
A luz do mundo destilando, o olhar atrai
Esconde a lagartixa esguia, tímida e fria
Que o olho capturou no vazio, onde tudo se esvai.. .

Espiando a espiã, aparição da vida
Pelo próprio olho-ovo, na ocular redoma
Olho através da moldura (espelho-antro-abertura)
Capturo-me: fisgando, sou fisgada...


Ana Luisa Kaminski, 2002
Revisado em novembro de 2005
Re-visto em 2006

Violinos Verdes e Violetas

Velhos Violinos Verdes e Violetas
Ou
Antigas Ambivalências Abissais
(Para Valeska Freitas)


...Velhos violinos verdes e violetas
despencam prá fora das minhas gavetas
-das imaginárias ou as da memória-
e deixam vazar vagas melodias
vívidos fragmentos de músicas e histórias...

Alados pianos murilianos
deslizam pelas portas e fantásticas frestas
entre os mundos relativos, reais ou absolutos
e deixam pingar mel, anis,claves e teclas
pulsando sem cessar nas velhas veias azuis...

Flautas mágicas de Mozart e tambores de Clarice
ultrapassam as fronteiras frágeis finas flutuantes
entre vívido e visível, vaporoso e volátil
e vibram resgatando restos ritmos e raízes
ambivalentes ressonâncias de asas e risos alizarim...

Vazam, voam e se volatizam
pingam, pulsam e pululam loucos
produzindo positivas proliferações
entre balanços brancos e saltos nos abismos
híbridos da arte, do amor, da poesia...

Viajam, vibram, vazam
pelas frestas pelas portas pelas fendas
espirais e parafusos da memória
pianos empoeirados e velhos violinos
ressoando, retumbando e transpondo
num desejo inesgotável do além...

Oníricos Olhares












De dentro de um sonho,
espia a borboleta
da concha-casulo
e prepara suas asas, seus olhos e ocelos
para o vôo primeiro...

Entre cores e contrastes,
onde está a fresta?...

Olha a borboleta
De olhos-ovos oníricos
(sem saber da esquize
ou da pulsão escópica)...

Salta no abismo
arranha o espaço
abre uma fenda
no imaginário

E desperta.


Ananônimazul.