Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...

31 de jan. de 2007

suturas...


Às vezes, o silêncio
abunda, confunde, afunda
sufoca, sacode, suspira
envolve, escava, evoca...
Às vezes, o silêncio
agride, assalta, ataca
respira, assusta, soluça
instiga, castiga, inspira...
Às vezes, o silêncio
desmonta, remonta, modela
desarma, desperta, deflagra
acode, comove, constrange...
Às vezes, o silêncio
caduca, caleja, conspira
atiça, açoita, acossa
embota, estorva, estilhaça;;;
Às vezes, o silêncio
clareia, renova, costura
incendeia, ensandece, ensina
Às vezes, o silêncio
simplesmente sutura

cura, canta e dança...

30 de jan. de 2007

silêncio...

...Às vezes, o silêncio
ressoa
retumba
ecoa...
Às vezes, o silêncio
transborda
escorre
escoa...
Às vezes, o silêncio
aflige
lacera
maltrata...
Às vezes, o silêncio
acalma
envolve
acolhe...
Às vezes, o silêncio
alude
ilude
isola...
Às vezes, o silêncio
invade
inunda
inspira...
Às vezes, o silêncio
transpira
transforma
ILUMINA...

22 de jan. de 2007

cintilação

...Quando recobro a calma
a alma se recobre de azul
e algo cintila em mim...

13 de jan. de 2007

balanço

Entre ânkoras e asas
transitamos
neste balanço efêmero-eterno
navegamos
entre abismos e céus anis
balançamos
entre estrelas azuis e alizarins
flutuamos
e nos lylazes jardins de luz
inventamos
caminhos de não e de sim
afinamos
em manhãs amarelas ou gris
entoamos
e nas tardes ventosas-violetas
bailamos...

11 de jan. de 2007

dança

O desejo
abre as asas

sobrevoa
os abismos
azulados
pinceladas

dançam
deslizando
e
transmutam
lágrimas

em luzes
lilazes...




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10 de jan. de 2007

variação






...De sons e sonhos
sombras e silêncios
poeira e poesia
assombros e epifanias
somos tecidos, bordados
no cosmos costurados
com lágrimas e luz...

8 de jan. de 2007

tecidos etéreos






...De sons, silêncios e sonhos
assombros e epifanias azuis
somos tecidos, solitários
e no cosmos costurados
com lágrimas e linhas de luz...

5 de jan. de 2007

trânsito


...entre o transitório
e o interminável
encontramos veredas
tecemos rendas
nos assombramos...

portas













Todos os dias
tempos e lugares
com portas de entrada
saídas e passagens
mortes e despertar
de sonhos e sementes
em si, em mim, em ti
flores amores e cores
que desabrocham e despetalam
frutos amadurecem, vivemos
em balanço constante, em trânsito
infindo e inefável...




1 de jan. de 2007

no ar...

Alçando vôo
em pleno espaço
tempos de água e asas
azul-cobalto
terra e fogo
alizarim
âncoras
no ar...