Quem consegue perdoar também é capaz de amar com grandeza, aceitando a imperfeição do outro e priorizando suas qualidades e virtudes, o que só é possível a partir do reconhecimento da própria incompletude, ou seja, ao desfazer-se de um ego rígido e idealizado que impede o sujeito de ver ou ir mais além. Quem é incapaz de perdoar quase sempre é aquele que, com a visão embotada pelo excessivo orgulho, se esquece de quantas vezes foi perdoado, valorizado e amado, apesar de seus próprios fracassos e erros...
Portanto, apenas o sujeito capaz de perdoar e aceitar a própria incompletude e também a do outro está capacitado para amar com maturidade, apto a cultivar amores e vínculos duradouros, sem o empecilho do excessivo narcisismo ou da inflexibilidade do ego, às vezes erroneamente confundidos com força.
(Ana Luisa Kaminski)
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*Fotografia: Arnold Genthe, 1915
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