Exercícios poéticos, apaixonados e patéticos: pequenos mergulhos e vôos, para compartilhar...

23 de fev. de 2006

Entre-lugares


Tecendo, Trançando e Transitando pelos Entre-Lugares

Entre o que é sentido e o não-sentido (cego, surdo, mudo, seco, oco?)
Entre aparências e aparições voláteis (desejantes-doces e indóceis-desejadas)
Entre o que vemos e o que nos olha (de dentro ou de fora, o que importa?)
Encontram-se interstícios, fendas, frestas e fissuras
Explodem os vazios e plenos de sentido, e transvazam, delirantes...

Entre o sonhado (lírico!) e o viável (limitado!), um azul espaço
Entre o pânico e a poesia, nos entrecruzamentos tênues
Entre-lugares de incertezas férteis, etéreas (nunca estéreis)
Onde se escondem chaves-espirais e soluções para os enigmas
Entre arte e ilusão, deslizamentos e disciplinas (vãos ou valiosos)
Entre o pressentido e o entrevisto, no transparente ou translúcido meio (vislumbrado)
Encontra-se a abertura para a energia vital (lógica ilógica?) inesgotável
Libertadora do torpor e da loucura (da in-decisão atroz)
Provocadora dos instantes de êxtase, mínimas-epifanias-máximas!
Quando pontes em curvas se erguem, altivas, e portas se abrem, ambivalentes e ávidas
Tragando e transbordando estrelas, luas e sóis, constelações passadas, futuras e presentes
Cósmicos ou abissais entre-lugares, sólidos e insólitos, entretecidos, sonhados, inventados
Entre artes e artimanhas, desejo e des-ilusão, os entrelaçamentos...

Encontro o lugar da transformação, das milagrosas met-AMOR-foses!...





Um comentário:

Sr do Vale disse...

Ana, acabei de ver, que a palavra vislumbre, já existia.